Controle do Colesterol
O colesterol é uma doença silenciosa que pode ser responsável por diversos problemas de saúde, e aliado a outras patologias, como a hipertensão arterial, diabetes, tabagismo e sedentarismo, pode representar um sério risco, inclusive para o coração.
De acordo com o cardiologista Alexandre Alessi, do Hospital Nossa Senhora das Graças, existem dois tipos de colesterol – o LDL, conhecido como “mau colesterol” e o HDL, o “bom colesterol”. “O LDL leva as gorduras e as deposita na parede das artérias e assim, reduz e fecha as artérias coronárias provocando o infarto do coração ou o fechamento das arteriais cerebrais, causando o acidente vascular cerebral (AVC). Já o HDL é responsável por retirar o excesso de gorduras das paredes dos vasos sanguíneos e, também produz a bílis, líquido da vesícula que reduz ou dissolve as gorduras”, esclarece o cardiologista.
O médico explica que a doença é silenciosa em sua fase inicial e não apresenta sintomas. “Por isso, é indicado o exame laboratorial, chamado perfil lipídico, que analisa o colesterol total e os triglicerídeos”, ressalta o especialista.
Cuidado com a alimentação
Segundo a nutricionista Sueleen Cristiane Rodrigues, o colesterol está relacionado com a alimentação desbalanceada. “É fundamental evitar excessos dos alimentos ricos em gorduras saturadas e colesterol, porém todo o processo é influenciado pela baixa ingestão de vegetais e alimentos integrais, e o alto consumo de produtos industrializados ricos em gorduras hidrogenadas, fast foods e de alimentos à base de farinhas brancas, sendo estes os maiores vilões”, comenta. “O intestino que recebe maior quantidade de alimentos ricos em prebióticos e probióticos, que são as fibras e os lactobacilos, tem melhor equilíbrio da microbiota, pois reduzem ou inibem a síntese do colesterol endógeno produzido pelo fígado, resultando num melhor controle do colesterol”, acrescenta.
Dessa forma, existem alimentos que podem ser considerados aliados no combate ao colesterol. “Bons exemplos são alho, cebola, chicória, berinjela, linhaça, chia, aveia, batatas yacon e doce, castanhas, iogurtes e leites fermentados com lactobacilos. Peixes como salmão e sardinha também auxiliam no processo por conter ômega 3”, fala.
Segundo a nutricionista, é possível ter uma alimentação saudável e diversificada que proporcione prazer. “Só temos que equilibrar a alimentação com menos industrializados e processados e mais alimentos integrais e in natura”, revela.
Especialista dá dicas de como começar esta mudança alimentar:
– Pode-se começar com uma atitude simples: realizando uma autoanálise, observando o próprio hábito alimentar. “Para isso a reflexão se baseia em: como você tem realizado suas refeições? Tem incluído no dia a dia frutas, legumes, verduras, cereais e grãos integrais? Quanto tem ingerido de industrializados e processados? O que sobressai mais, alimentos frescos e in natura ou a comida pronta e de pacotinho?”, diz.
– Não consuma margarinas, cremes vegetais e requeijões de base hidrogenada;
– Aumente a ingestão de frutas e verduras em geral;
– Inclua na alimentação 2 colheres de sopa de farelo de aveia, farinha de linhaça ou de chia ao dia;
– Verifique no rótulo do pão se ele realmente é integral. Para ser integral tem que ter no mínimo 2,5g de fibras na porção;
– Se puder, troque o pão e bolachas de farinha branca por bolos de caneca, crepioca e bolachas feitas com mix de farinhas de castanhas, sementes e farinhas integrais;
– Incluia castanhas, amêndoas, frutas secas e lascas de coco nos intervalos e lanches;
– Evite frituras, panificações refinadas e produtos de massa podre;
– Evite produtos embutidos e defumados como salsicha, linguiça, salames, mortadelas, nuggets etc;
– Prefira carnes magras e trocar em alguns dias da semana por peixes de água salgada;
– Substituia os temperos industrializados por naturais como alho, alho-poró, cheiro verde, cebola, pimenta, açafrão etc.
– Inclua bebidas fermentadas como iogurte de kefir;
– Use azeite de oliva extra virgem nas saladas;
– A suplementação de ômega 3 pode trazer benefícios, mas tem de ser feita com cautela somente sob supervisão nutricional ou médica, pois existem algumas contraindicações.